Sabes aqueles bloqueios emocionais que todos nós um dia já tivemos?
Há quem os tenha mais que uma vez na sua vida, em vários momentos e por várias razões...
Penso que em quase 30 anos de existência é a primeira vez que o sinto, talvez outrora já tenha passado por ele e por falta de maturidade emocional não me tenha apercebido.
Pois bem, aqui estou eu com a cabeça perturbada pelo ruído que nela existe e teima em me enlouquecer, tenta-me vencer pelo cansaço, mas eu não permito que se apodere de mim.
Ter a mente carregada de ruído e no meu interior um vazio... um vazio tão grande que não sou capaz de sentir seja o que for, tanto de bom como de mau.
Vazio esse que me deixa dormente de qualquer tipo de sentimentos e sensações, um vazio que me cobre por completo como se me tivessem roubado a alma e me deixassem aqui apenas o meu corpo a deambular, que me deixa a questionar mil e uma coisas...
É como se tivesse numa ponte, bem do lado de fora das proteções e estivesse a um passo de cair, fecho os olhos e tento sentir o vento passar-me pelo rosto e não... nem a simples brisa do vento consigo sentir, será que se eu cair vai doer?
Questiono-me se deveria realmente experimentar a sensação de queda livre, na maior das velocidades, preciso de sentir, preciso de saber que ainda estou viva, preciso de saber que não é apenas o meu corpo que anda a deambular por aqui e que a minha alma não foi roubada para usufruto de teu belo prazer.
Tenho saudades de me sentir livre, leve e solta, preciso de saber que não tenho cordas muito menos flechas apontadas a mim...
É como se estivesse amarrada com uma corda, com nós tão, mas tão fortes que tentam desferir em mim feridas... mas o problema é que as feridas já se alastraram por todo o meu corpo e a porra da dormência já é tão gigantesca que não sinto nada mais que nada...
Questiono-me quanto tempo mais vou precisar para encontrar de novo a minha alma, alma essa que pela demora eu presumo que venha revitalizada e com força para dominar o mundo.
Deixem-me que vos diga é uma bela de uma filha da Putice nos sentirmos vazios e não conseguirmos sentir nem deixar que nos sintam!
Mas este infelizmente é o preço a pagar por nos doarmos e amarmos por nós e pelo outro.
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